A Petrobras informou que o conselho de administração aprovou o retorno ao negócio de distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP), o popular gás de cozinha. A decisão marca uma mudança de rumo após a empresa ter saído do setor durante o governo de Jair Bolsonaro, com a venda da Liquigás em 2020.

A volta da Petrobras ao mercado de distribuição de gás ocorre em um momento de preocupação do governo com o preço do botijão. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia criticado publicamente os altos preços cobrados dos consumidores, contrastando com o valor de saída do produto das refinarias da Petrobras.

"A Petrobras manda o gás de cozinha a R$ 37. Quando é que chega aqui? Cento e dez reais, R$ 120, tem estado que é R$ 140. E eu posso dizer para vocês que está errado", reclamou Lula em maio.

Privatização da Liquigás em 2020

A decisão de privatizar a Liquigás no governo anterior foi justificada pela necessidade de a Petrobras se concentrar na exploração e produção de petróleo e gás em águas profundas e ultraprofundas. Na época, a Liquigás detinha uma fatia significativa do mercado, com presença em todos os estados e uma rede de cerca de 4,8 mil revendedores.

Apoio da Federação de Petroleiros

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) manifestou apoio à decisão do conselho de administração da Petrobras. A entidade argumenta que as reduções de preços nas refinarias não são repassadas integralmente aos consumidores pelos distribuidores.